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sábado, 13 de fevereiro de 2010






09/01/2009 - Entrevista Antonia Yamashita-Mãe  de uma criança muito   EspeciaL,o LUCAS.
 O Lucas nasceu de 28 semanas teve anoxia neonatal (falta de oxigenação no cérebro), hemorragia cerebral, hidrocefalia ( acúmulo de Líquor dentro dos ventrículos cerebrais) e meningite bacteriana. Ficou 3 meses na UTI neonatal e como sequelas ficou Tetraplégico (perda parcial ou total das funções motoras dos membros superiores e inferiores) e tem Espasticidade (o s músculos são tensos, dificultando mais ainda os movimentos e também custam mais a se relaxar). Ele tem uma saúde frágil mas é uma verdadeira fortaleza. Seu cognitivo está bem preservado, tem apenas uma imaturidade para a sua idade. Mas se comunica através da fala. É um garoto muito esperto e gosta das mesmas coisas que qualquer criança da sua idade, como futebol, video game, luta.
  1) Como é ser mãe de uma criança especial?

  Até hoje não encontrei uma definição exata para essa pergunta. Mas me sinto fazendo parte do trabalho de Deus aqui na terra. Cuidar de uma criança assim é dar-se por inteiro sem esperar nada em troca. E receber de volta coisas que jamais aprenderia com outras pessoas. É ver claramente ignorância, crueldade, preconceito e ser mais forte do que tudo isso. É testemunhar "milagres" constantemente. É aprender a "ser feliz acima de qualquer coisa".

2) Qual a mensagem que você gostaria de passar para as mães que estão começando a lidar com um filho especial?


Que ter um filho com necessidades especiais não é o fim do mundo e sim o começo de um novo mundo. Um mundo de coisas imensuráveis, mas que nem todas as pessoas são capazes de enxergar. Devemos estar abertas a aceitar a diferença da criança e aprender a amá-la, o resto é consequência. "Ser mãe é missão natural das mulheres. Ser mãe de uma criança assim é uma missão que Deus só entrega a mulheres especiais como vocês".

3) Gostaria que você falasse também do livro e da associação que você montou junto com seu marido?


A idéia de escrever um livro começou com a vontade de "falar" sobre o assunto. Com o passar do tempo, percebi que as pessoas não sabem nada a respeito dessas crianças e decidi falar, da forma que encontrasse, para que todos aprendam a lidar com essas crianças, isso trará como conseqüencia uma convivência melhor dessas crianças com a sociedade. No livro conto desde a descoberta da gravidez até os cinco anos de vida do Lucas. Como foi a descoberta, o tratamento nos hospitais, nossos sentimentos e emoções. É uma parte de nossa vida, onde mostra que existimos e que é possível ser feliz mesmo quando nada parece contribuir para isso. Agora estamos lutando para fundar a ONG, onde além de dar o apoio aos novos pais de crianças especiais, vamos trabalhar em prol da humanização nos hospitais, pois as crianças que dependem de atendimento médico constante, já são traumatizadas e seu atendimento precisa ser diferenciado para que ela sofra menos. Vamos trabalhar também com a inclusão, principalmente com o público infantil, afinal inclusão tem que começar desde cedo. Um dos nossos projetos é a inclusão através de gibi onde mostra a convivência das crianças com as diferenças, que será distribuído gratuitamente nas escolas. Mas para isso precisamos de patrocínio e essa é a parte mais difícil.



4) Qual é a maior dificuldade de se ter um filho especial?
Acho que é a aceitação da criança do jeito que ela é. É deixar de lado aquela criança sadia que esperou durante a gestação e aceitar aquele "novo ser" que chegou. Alguns pais dizem ter aceito o filho com sua deficiência, mas sequer conseguem admitir que a mesma tem limitações. De fato não é fácil saber e admitir para si e para as outras pessoas que seu filho tem qualquer limitação,mas precisamos mostrar que apesar de terem limitações seja física e/ou mental, nossos filhos nos proporcionam coisas que transcede o limite da normalidade.

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