|
Até hoje não encontrei uma definição exata para essa pergunta. Mas me sinto fazendo parte do trabalho de Deus aqui na terra. Cuidar de uma criança assim é dar-se por inteiro sem esperar nada em troca. E receber de volta coisas que jamais aprenderia com outras pessoas. É ver claramente ignorância, crueldade, preconceito e ser mais forte do que tudo isso. É testemunhar "milagres" constantemente. É aprender a "ser feliz acima de qualquer coisa".
2) Qual a mensagem que você gostaria de passar para as mães que estão começando a lidar com um filho especial?
Que ter um filho com necessidades especiais não é o fim do mundo e sim o começo de um novo mundo. Um mundo de coisas imensuráveis, mas que nem todas as pessoas são capazes de enxergar. Devemos estar abertas a aceitar a diferença da criança e aprender a amá-la, o resto é consequência. "Ser mãe é missão natural das mulheres. Ser mãe de uma criança assim é uma missão que Deus só entrega a mulheres especiais como vocês".
3) Gostaria que você falasse também do livro e da associação que você montou junto com seu marido?
A idéia de escrever um livro começou com a vontade de "falar" sobre o assunto. Com o passar do tempo, percebi que as pessoas não sabem nada a respeito dessas crianças e decidi falar, da forma que encontrasse, para que todos aprendam a lidar com essas crianças, isso trará como conseqüencia uma convivência melhor dessas crianças com a sociedade. No livro conto desde a descoberta da gravidez até os cinco anos de vida do Lucas. Como foi a descoberta, o tratamento nos hospitais, nossos sentimentos e emoções. É uma parte de nossa vida, onde mostra que existimos e que é possível ser feliz mesmo quando nada parece contribuir para isso. Agora estamos lutando para fundar a ONG, onde além de dar o apoio aos novos pais de crianças especiais, vamos trabalhar em prol da humanização nos hospitais, pois as crianças que dependem de atendimento médico constante, já são traumatizadas e seu atendimento precisa ser diferenciado para que ela sofra menos. Vamos trabalhar também com a inclusão, principalmente com o público infantil, afinal inclusão tem que começar desde cedo. Um dos nossos projetos é a inclusão através de gibi onde mostra a convivência das crianças com as diferenças, que será distribuído gratuitamente nas escolas. Mas para isso precisamos de patrocínio e essa é a parte mais difícil.
4) Qual é a maior dificuldade de se ter um filho especial?
Acho que é a aceitação da criança do jeito que ela é. É deixar de lado aquela criança sadia que esperou durante a gestação e aceitar aquele "novo ser" que chegou. Alguns pais dizem ter aceito o filho com sua deficiência, mas sequer conseguem admitir que a mesma tem limitações. De fato não é fácil saber e admitir para si e para as outras pessoas que seu filho tem qualquer limitação,mas precisamos mostrar que apesar de terem limitações seja física e/ou mental, nossos filhos nos proporcionam coisas que transcede o limite da normalidade. |
Nenhum comentário:
Postar um comentário